10/16/2012

Hugo Xavier

Hugo Freitas Xavier (n. 1976) é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela FLUL na variante de Estudos Portugueses e Ingleses. Falta-lhe entregar um trabalho (o qual ainda hoje - quase dez anos transactos - é esperado pelo Prof. Dr. José Afonso Furtado) para concluir a pós-graduação em Técnicas Editoriais na mesma Universidade.

Teve um avô que lhe despertou o gosto pela literatura ao contar-lhe histórias que dizia retiradas de um livro fabuloso mas que, na realidade, eram uma colagem trabalhada de várias historietas oriundas de livros, jornais ou, pura e simplesmente, petas - devido a esse facto em tenra idade aprendeu o significado do termo 'ficção' (sobretudo depois de, numa tarde, ter verificado livro-a-livro a enorme biblioteca do seu avô em busca do tal volume, sem sucesso).

Começou a trabalhar em edição por volta dos 7/8 anos quando decidiu retalhar as valiosíssimas revistas de banda desenhada dos tios que encontrou numa "arca do tesouro" em casa da sua avó do Porto.

Questionado sobre o que estava a fazer, rapidamente informou que escolhia as melhores histórias para fazer uma revista muito mais interessante. Para tremendo pavor dos seus familiares a quem uma especialista psicotécnica tinha dado falsas esperanças, decidiu ser editor... de livros!

Leva já uma carreira de mais de uma dezena de anos onde se orgulha de ter publicado largo número de obras escolhidas como livros do ano em Portugal e se arrepende pois continua pobre e sem dinheiro para construir uma casinhota perdida entre a Peneda e o Gerês onde encafuar a sua já demasiado volumosa biblioteca.

Começou na Vega, nas Edições Compêndio e nas Edições Século XXI, às ordens de Assírio Bacelar onde conheceu Diogo Madre Deus com quem fundou a Cavalo de Ferro da qual foi editor durante mais de sete anos. Pelo meio elaborou projectos de restruturação editorial para a Civilização e para a Editorial Estúdios Côr. Passou, felizmente de forma fugaz, pela Fundação Agostinho Fernandes onde foi director editorial de várias chancelas da dita Fundação.

Em 2010 foi convidado para ser director editorial da Ulisseia, do Grupo Babel e, poucos meses depois, também da chancela Arcádia e K4. Também aí conseguiu, até à sua saída em Outubro de 2011, ver mais de uma dezena de títulos seleccionados como livros do ano.

Pelo meio de tudo isso fez edição de texto e várias traduções. Foi convidado e declinou a fazer parte da direcção da UEP. Actualmente encontra-se desempregado.

Não tem cor política, abomina a incompetência e a estupidez, detesta generalizações e extremismos. Gosta de investigar a História do Livro e da Edição e, se tivesse de voltar a estudar, imiscuir-se-ia numa Sociologia da Edição.

Quando lhe perguntam se é editor, gosta de responder - para impressionar - , o mesmo que disse desde a sua primeira entrevista: é um leitor desiludido que deitou mãos à obra e não se ficou.

Ainda não localizou, até hoje, o livro cujas histórias o avô lhe contava mas não tenciona desistir tão cedo sobretudo desde que descobriu que esse livro nunca existiu.

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