10/14/2013

Todos os livros por apenas x euros por mês


Num artigo que escrevi sobre o futuro da leitura num mundo digital, mencionei a possibilidade de se poder pagar uma subscrição mensal numa plataforma e assim ter acesso a histórias publicadas por capítulos, a contos e também poesia. Existem pois já vários sítios que permitem fazer essa subscrição mensal, mas de ebooks. Todos os ebooks por x euros por mês.

O primeiro desses sítios é o Oysterbooks. Por apenas $9,95/mês (7,32 € mais ou menos), tem-se acesso ilimitado a cerca de 100 000 títulos, segundo os criadores da plataforma, que por enquanto só está disponível para iPhone e iPod Touch. Ainda está em fase beta e para aceder é preciso convite.

Um sítio que também está em fase beta é o eReatah com diferentes planos disponíveis para quem pretende ter acesso a dois, três ou quatro livros por mês. A diferença em relação ao Oysterbooks é que dá para outros dispositivos eletrónicos, como tablets e computadores, desde que tenham Android ou iOS. O eReatah oferece também um serviço que ajuda o leitor a escolher o livro a ler a seguir, com base nos livros lidos anteriormente e nos seus temas favoritos.

Outro sítio é o Scribd, uma plataforma que já permitia partilhar todo o tipo textos criativos e técnicos e até revistas e que agora também se aventura na subscrição mensal de ebooks. Aqui o preço é ligeiramente mais baixo – $8,99 (6,62 €).

A ideia de se ter acesso a milhares de livros por um valor mensal, como quem paga um serviço de televisão, telefone e internet é bastante apelativa, e o sucesso de uma destas plataformas poderá ser o rastilho para a explosão deste novo tipo de serviço de compra e leitura de ebooks. Em todo o caso, o sucesso destes sítios está dependente de diversos fatores: o crescimento da venda de ebooks, a adesão das editoras, a diversificação do acesso através de outros dispositivos para além dos telemóveis e dos tablets, entre outros.

Perante este novo cenário, nascem também muitas dúvidas. A questão já se colocava com o DRM e agora poderá tornar-se ainda mais significativa, dado que neste serviço o leitor não é proprietário dos livros que subscreve, está apenas a alugá-los (exceto no caso do e-Reatah, segundo os seus criadores). Além disso, que vantagens terão estes novos serviços para os autores? Como lhes serão pagos os direitos de autor? E significará isto o anunciado fim do livro em papel? A ver vamos.

Catarina Araújo

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